A União das Freguesias de Destriz e Reigoso foi criada pela Lei 11-A/2013 de 28 de Janeiro. De facto, com a agregação da Freguesia de Destriz e da Freguesia de Reigoso, em 2013, resultou esta união de freguesias, à qual se deu o nome de União das Freguesias de Destriz e Reigoso.
Freguesias de origem:
Destriz: Situa-se nas encostas da Serra das Talhadas por um lado, e do Caramulo, nas margens do Rio Alfusqueiro, afluente do Rio Águeda. O seu orago é Santa Maria, celebrada anualmente em Março.
Condicionados pelos fatores geográficos, os habitantes de Destriz têm na agricultura a sua base de sustento. Pela presença constante de água em abundância, os seus terrenos são bastante férteis, e as suas vessadas verdes encontram-se ora cheias de grandes espigas ora a fornecer várias camadas de erva. A vitivinicultura também é aqui praticada, com produção de vinho verde, maduro e americano. A agricultura e a criação de gados associam-se mas, ao longo dos anos, desenvolveu-se a avicultura, assim como a exploração florestal.
O povoamento de Destriz remonta a épocas pré-históricas, como o demonstra a arte rupestre bem evidenciada num local denominado por Ferraduras Pintadas, devido ao facto de existir nesse local uma grande lage granítica, ligeiramente inclinada, onde aparece uma numerosa composição gravada em baixo relevo, com predomínio de sinais em forma de ferraduras, e a Pedra dos Cantinhos, onde, segundo os locais, estão representados moinhos de vento e vários instrumentos agrícolas como pás, enxadas, gadanhas, entre outros. Não restam dúvidas acerca da presença romana nestas paragens. A existência de uma via romana, onde existiam dois marcos milenários, cujas inscrições remontam a 306 d.C. e que serviam de esteio de uma latada quando foram encontrados.
No Dicionário Corográfico está mencionado que "A antiga freguesia de Santa Maria de Destriz era curato da apresentação do vigário de S. Miguel de Campia e pertencente à dita comenda, no antigo concelho de S. João do Monte e tinha de congrua 300.000 réis e o pé d'altar". Em 1836 pertencia à comarca de Viseu e ao concelho de Lafões e, com a desintegração deste em 1837, passa a estar ligada ao concelho de Oliveira de Frades e à comarca de Vouzela. As alterações concelhias levaram ainda a que esta freguesia tivesse pertencido ao concelho de S. João do Monte, numa altura em que este foi criado e passasse a pertencer a Vouzela, enquanto não existiu uma autoridade autárquica em Oliveira de Frades.
As terras de Destriz, como a maioria das terras da região, são de formação granítica, com algumas zonas "manchadas" pelo xisto. Destriz é reconhecida pela extração e preparação de aguçadoiras de pedra louzinha (xisto), para afiar ferramentas.
A Igreja Paroquial de Santa Maria de Destriz, situada a cerca de 214 metros de altitude, num local afastado do aglomerado populacional, é uma igreja simples, baixa e com um campanário de recortes caramulanos. Do lado da sacristia está legível o seguinte: 1717-S. Gonçalo. A data poderá estar relacionada com alguma reconstrução ou ampliação, uma vez que o edifício, no seu todo, aparenta uma maior antiguidade e grande beleza, nomeadamente nas suas quatro pirâmides de granito.
Reigoso: Situa-se entre os rios Vouga e Alfusqueiro, na margem direita deste último, e dista cerca de 11 km da sede concelhia. O seu orago é S. Lourenço, celebrado anualmente a meados de Agosto. Para além desta romaria outra é celebrada, em Junho, em honra de Santo António.
No século X a grafia do topónimo era "Radigoso", referindo-se à abundância de raízes no local, pelo menos na época da atribuição do topónimo. Abundam os vestígios pré-históricos e romanos na área, destacando-se o Murado em ruínas em plena Serra do Ladário, que está ligado às civilizações castrejas. Atualmente, ainda é possível encontrar, espalhadas por uma vasta área, as ruínas de grossas muralhas e de habitações pré-históricas. Além do Murado, existem outros vestígios pré-históricos em Reigoso, como os monumentos funerários em pedra, conhecidos por mamoas. a presença dos romanos é também atestada pela existência de dois marcos milenários com inscrições dedicadas aos imperadores Numereano e Constantino Magno.
Durante a ocupação romana foi construída uma estrada que ligava o litoral ao interior, que nas Memórias Paroquiais é ainda referida como "a estrada que ia para Coimbra, Porto e Aveiro". "Peregrinos vinde ao hospital de Reigoso, que vos darey caza cama agoa fogo azeite e sal". Subentende-se com esta inscrição patente num padrão de granito, vários aspetos da vida local: a hospitalidade da sua população, o facto de ser um local de passagem e permanência, facilitado pela existência da via romana; o azeite, prova de que a olivicultura é aqui praticada desde longa data, e finalmente o sal, que pela distância desta localidade ao mar se depreende que os almocreves existiam também aqui, circulando pela via romana entre o mar e a serra. Na Idade Média, Reigoso, juntamente com "Sovereira" eram coutos por padróes. Pelas inquirições de 1258 depreende-se que o seu senhorio era do alcaide Cerveira, de Coimbra, que com a sua esposa Goina Johanes mandou construir uma albergaria, sagrar a igreja de Reigoso e coutá-la. Em 1258, não por doação do alcaide mas talvez por especial disposição de escrituras, o Mosteiro de Coimbra tinha a comenda ou proteção do couto de Reigoso, sem fazer qualquer foro à coroa. Ainda no reinado de D. Afonso V existia a albergaria, administrada na época por Pedro Dias, escudeiro.
A paróquia de Reigoso parece existir pelo menos desde o século XII e pertencia ao julgado medieval ou "terra" de lafões. Foi uma abadia da apresentação do bispo ou, em alternativa, do pontífice.
Reigoso pertencia ao concelho de S. João do Monte. Porém, em 1839 estava já anexada ao concelho de Lafões. Com a extinção deste, integrou o concelho de Oliveira de Frades, no qual ainda hoje se mantém mas agora como agregação.
Do património cultural e edificado local merece especial destaque a igreja paroquial, a Casa de Garcia (na aldeia da Ponte) e o já referido património arqueológico: estrada romana de Entráguas, os marcos milenários e o Murado da Várzea.
Os cursos de água que descem a Serra do Ladário em direção ao Rio Alfusqueiro fertilizam os terrenos agrícolas. Os outros terrenos, mais secos, servem de sequeiros. Da agricultura, destacam-se as produções de milho, feijão, batata, hortaliça, centeio e vinho. No entanto, esta atividade torna-se cada vez mais de subsistência, sendo complementada pela criação de gado, pelos laticínios e pela avicultura e pela indústria.
Em 1948 existia em Reigoso uma banda filarmónica mencionada já em 1929, numa atuação na festa de Santiago em Cercosa, mas que acabou por desaparecer. Atualmente existem outras coletividades que muito têm contribuído para a realização de momentos culturais e recreativos, como a Associação Recreativa e Cultural de Sobreira Ponte e Feira e a União Musical Juventude e Amizade.
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